tag:blogger.com,1999:blog-43446669654630570032024-03-19T09:04:33.424-03:00PROFISSÃO: POETAQuem nunca foi poeta, que atire o primeiro verso!henrihqhttp://www.blogger.com/profile/01766380046810705812noreply@blogger.comBlogger13125tag:blogger.com,1999:blog-4344666965463057003.post-44336605011307648232011-03-23T11:22:00.000-03:002020-07-28T18:34:53.467-03:00O poder de sonhar<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Quisera estar contigo; não posso.<br />
A vida me chama para os seus negócios;<br />
Somos sócios.<br />
Quisera estar contigo, ter um tempo só nosso;<br />
Não posso.<br />
Quisera deitar contigo e sonhar com nosso filho,<br />
Seu sorriso e seus pensamentos;<br />
Não posso sonhar; não posso.<br />
<br /></div>
henrihqhttp://www.blogger.com/profile/01766380046810705812noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4344666965463057003.post-39863362796221562842011-03-22T02:44:00.000-03:002012-10-25T02:46:29.020-02:00A MARIA<span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 0px; -webkit-border-vertical-spacing: 0px; -webkit-text-decorations-in-effect: none; -webkit-text-size-adjust: auto; -webkit-text-stroke-width: 0px; border-collapse: separate; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="color: black; font-family: Arial, sans-serif, Verdana; text-align: left;">Se eu a conhecesse a desejaria</span></span><br />
<div style="color: #333333; font-family: Arial, sans-serif, Verdana; margin: 0px; padding: 0px;">
<span style="color: black;">E se a desejasse, sofreria.</span></div>
<div style="color: #333333; font-family: Arial, sans-serif, Verdana; margin: 0px; padding: 0px;">
<span style="color: black;">Se sofresse a amaria</span></div>
<div style="color: #333333; font-family: Arial, sans-serif, Verdana; margin: 0px; padding: 0px;">
<span style="color: black;">E se a amasse jamais a teria.</span></div>
<div style="color: #333333; font-family: Arial, sans-serif, Verdana; margin: 0px; padding: 0px;">
<span style="color: black;">Talvez ela me espere</span></div>
<div style="color: #333333; font-family: Arial, sans-serif, Verdana; margin: 0px; padding: 0px;">
<span style="color: black;">Ou espere ainda que algo aconteça.</span></div>
<div style="color: #333333; font-family: Arial, sans-serif, Verdana; margin: 0px; padding: 0px;">
<span style="color: black;">Se ela me amasse, me acalmaria.</span></div>
<div style="color: #333333; font-family: Arial, sans-serif, Verdana; margin: 0px; padding: 0px;">
<span style="color: black;">Se eu a amasse acalmaria o mundo.</span></div>
henrihqhttp://www.blogger.com/profile/01766380046810705812noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4344666965463057003.post-80639122516250948732011-03-22T02:11:00.000-03:002020-07-28T18:46:03.504-03:00Por que amar o próximo<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Por que amar um poeta do passado<br />
- Por maior que tenha sido -<br />
Se posso guardar este amor<br />
para um maior que está vindo?<br />
Por que me preocupar com este planeta<br />
- Tão degradado pelas nossas próprias mãos -<br />
Se há outros ao alcance da nossa destruição?<br />
Por que amar o próximo<br />
Se posso amar alguém de outra galáxia<br />
Em outras eras, de outras formas?<br />
<br /></div>
henrihqhttp://www.blogger.com/profile/01766380046810705812noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4344666965463057003.post-88692543173439269162011-03-22T02:04:00.000-03:002020-07-28T18:49:05.019-03:00O poeta e o editor<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Pessoalmente se apresenta<br />
Indiferente se despede<br />
A sala que o esperava<br />
Agora está muda e quieta.<br />
Entrou pela porta o poeta<br />
Saiu pela janela uma flecha.<br />
O que disse o editor<br />
O que ouviu o autor<br />
Atrás daquela porta<br />
Com aquelas janelas ouvindo<br />
Com aquela mesa intervindo?<br />
Com as provas na mão o revisor<br />
Apoderara-se de um verso ilegível<br />
De que o poeta não quis saber.<br />
<br /></div>
henrihqhttp://www.blogger.com/profile/01766380046810705812noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4344666965463057003.post-16039694284846676552010-12-01T13:10:00.001-02:002020-07-28T18:56:14.750-03:00Metalugar<div class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: 12pt;">onde eu ponho um ponto não ponho uma vírgula;</span></div><div class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: 12pt;">onde eu exclamo não interrogo!?<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: 12pt;">onde eu fico de través não atravesso –<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: 12pt;">onde eu pontuo não finalizo.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: 12pt;">onde eu falho não sinalizo.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: 12pt;">onde eu tropeço ponho vírgulas,<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: 12pt;">onde eu hesito, também,<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: 12pt;">mas quando tenho êxito, não.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: 12pt;">quando eu vejo já está escrito,<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: 12pt;">já estou pronto.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: 12pt;">quando eu <s>falho</s> eu <s>risco</s>.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: 12pt;">só ponho imaginação e publico.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: 12pt;">se demoro eu viro a página.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: 12pt;">eu viro livro, inanimado.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: 12pt;">se sobrevenho eu <u>sublinho</u>.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: 12pt;">se cito <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Dante</i>, se cito <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Castro Alves</b>.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: 12pt;">se escrevo eu assino.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: 12pt;">se mato eu escondo, mas se vivo<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: 12pt;">a moita se mexe, se move, vira sarça e arde.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: 12pt;">se palavras postas uma após outras são assim.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: 12pt;">se abro um (parêntese é porque pensei em outra coisa).<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: 12pt;">se fecho é porque esqueci.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: 12pt;">se escrevo números é porque são sempre sete, doze, três.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: 12pt;">se chego a chamar de versos o que são feridas.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: 12pt;">a superfície onde escrevo não é maleável.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: 12pt;">o terreno é de pedras – duro, sobrevivo.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: 12pt;">não há poesia neste canto.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: 12pt;">existo, logo penso acabar.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: 12pt;">onde penso acabar.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: 12pt;">onde colocar um ponto.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: 12pt;">o mais ou uma cruz:<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: 12pt;">+++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++</span></div><div class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: 12pt;"><br /></span></div>henrihqhttp://www.blogger.com/profile/01766380046810705812noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4344666965463057003.post-74520186363123049672010-11-26T04:18:00.004-02:002020-07-29T10:36:00.591-03:00Minha vida (pensada) de escritor<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://www.educacaopublica.rj.gov.br/jornal/materias/img/0129.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://www.educacaopublica.rj.gov.br/jornal/materias/img/0129.jpg" height="320" width="243" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Bom: pra começar eu não tenho vida de escritor. Vivo numa casa abandonada por mim, e antes por mulher e filhos. Quanto a minha vida de poeta, nunca passou de anônima. Escrevo muito e nem eu mesmo me leio. E ultimamente dei pra achar bom demais tudo que escrevo - um risco. Já me considerei um bom leitor, hoje me considero preguiçoso. Culpa do século que, antes do livro impresso, me dá as opções de passar os olhos pela Internet, ver um filme, ouvir uma música no mp3, ver uma partida de futebol na tevê, uma mesa-redonda, ou uma série cheia de recursos especiais, ou um bom documentário, uma boa entrevista, ou atualizar uma rede social qualquer, ou ainda a melhor de todas - ouvir rádio. Então abandono o pobre Quixote no meio de uma aventura, largo no fundo do Inferno um inconsolável Dante, aceno para Shakespeare com o lenço de Desdêmona, irrito-me com um Machado casmurro no metrô e deixo-o falando sozinho. Não é para tanto? E se hollywoodianamente Riobaldo se casasse com Diadorim no final do Grande Sertão? Bom, como Riobaldo, também tenho meus pensamentos, caros a mim, que aos outros não dizem bulhufas. Minha vida (pensada) de escritor. Penso no Machado poeta e me comparo a ele. Gostaria que as minhas Americanas também fossem um salto para algo maior. Escrever prosa. O Rosa também optou por uma prosa poética ou uma poesia em prosa. Mas quem sou eu? Um poeta anônimo, um pai sem causa, um filho perdido e amante quanto-mais¹. E ainda por cima um poeta obcecado por outros poetas, pelo Último Poema, pelo Lutador², pelo Romanceiro, pelo Barco Bêbedo. Sou um autor anônimo, e não dos mais famosos.</span><span style="font-size: large;"> Obcecado por idéias, por versos, pela vida romanesca dos poetas e pela idílica vida dos escritores. Já me imaginei um Fernando Sabino morando numa Ipanema de um Rio de Janeiro. Já me imaginei andando pelas ruas de outro Rio de Janeiro do século machadiano. Eu não me pertenço. Não pertenço a este tempo. Talvez daqui algum tempo, digamos cem anos à frente, eu comece a pertencer à cidade, às ruas, aos bares, aos transeuntes, a um esquecimento de mim mesmo que hoje apenas ensaio. E nos olhos do meu filho talvez eu viva. Nas páginas do meu livro. Atrás das letras do meu nome. Finalmente autor. Autor destes pensamentos que tive, que alguém tem, autor destas linhas que escrevo e leio, ao mesmo tempo que penso. Autor de mim mesmo. </span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">¹Quase dez anos depois de escrever isto, não sei o que seria um 'amante quanto-mais'.</span><br />
<span style="font-size: large;">²Idem para a referência a esse 'Lutador'. Seria o das palavras, do Drummond?</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
</div>
henrihqhttp://www.blogger.com/profile/01766380046810705812noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4344666965463057003.post-7037670413138372512010-11-14T04:49:00.003-02:002020-07-29T10:56:28.286-03:00A poesia me visita<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Você já passou por isso? Você tem um compromisso qualquer, um trabalho, uma prova, cinema, futebol, banco, qualquer coisa, e na hora de sair algo te chama para outro lugar - no meu caso, a poesia. E ela é assim, não tem hora pra chegar nem pra ir embora, como uma visita de quem gostamos e não conseguimos lhe falar que temos que sair, temos prova hoje, ou o banco vai fechar, preciso ir, você se importa? E a poesia se importa. Ela diz: Não sei quando posso voltar; Não vai, não; Vamos ficar; Ou vamos sair; A vida é curta; Aproveitemo-la; Qual compromisso! Compromisso temos nós dois, seu maganão!</div>
</div>
henrihqhttp://www.blogger.com/profile/01766380046810705812noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4344666965463057003.post-68486043058412137652010-09-02T14:16:00.003-03:002020-07-29T15:27:58.488-03:00De um poema perdido<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div style="text-align: justify;">
Pensar que algum deus o ouviu? Que algum anjo lia sobre os meus ombros? É uma perda. Irrecuperável. Não saberei jamais se estava bom ou não. Quem sabe se não foi o próprio diabo quem mo tomou das mãos? No entanto, gostaria de rever esse poema. Não posso tentar reescrevê-lo. Sairia outro. Não consigo relembrá-lo. Só queria vê-lo em sonho uma única vez novamente. E a resposta: Se estava destinado a escrevê-lo, e perdê-lo, no mesmo instante.<br />
<br /></div>
</div>
henrihqhttp://www.blogger.com/profile/01766380046810705812noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4344666965463057003.post-41258455592160539022010-07-24T09:55:00.007-03:002020-07-29T15:35:42.557-03:00Apresentando Amílcar de Castro, poeta<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLTYdlq8TSeAsfgjk8mY4JgNOUCInRzLuGiI1TM2QviZZdAWZ4k73xUqKYsPSyMnCTPu9bnKaRufs78StMNUNrahz4GH7LrBU6YWyCmNfWjMSuvZtuw38qxjJaTeKIgkMDn2FidKF5TU4/s1600/amilcar_de_castro.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5497459776215155218" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLTYdlq8TSeAsfgjk8mY4JgNOUCInRzLuGiI1TM2QviZZdAWZ4k73xUqKYsPSyMnCTPu9bnKaRufs78StMNUNrahz4GH7LrBU6YWyCmNfWjMSuvZtuw38qxjJaTeKIgkMDn2FidKF5TU4/s320/amilcar_de_castro.jpg" style="cursor: hand; cursor: pointer; display: block; height: 218px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 320px;" /></a><br />
<div style="text-align: justify;">
Dois poemas de Amílcar de Castro, artista plástico e poeta, retirados do Suplemento Literário de Minas Gerais/dezembro de 2002.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>A Consciência do fazer</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu sou porque ela é.</div>
<div style="text-align: justify;">
Ela é porque eu sou.</div>
<div style="text-align: justify;">
Somos de graça.</div>
<div style="text-align: justify;">
A superfície está em branco.</div>
<div style="text-align: justify;">
Eu também.</div>
<div style="text-align: justify;">
Se com um gesto a toco,</div>
<div style="text-align: justify;">
eu sou tocado.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>A grama desenha o verde</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><br /></b></div>
<div style="text-align: justify;">
A grama desenha o verde</div>
<div style="text-align: justify;">
A árvore desenha o céu</div>
<div style="text-align: justify;">
O vento desenha a nuvem</div>
<div style="text-align: justify;">
A nuvem desenha o azul</div>
<div style="text-align: justify;">
A água desenha o rio</div>
<div style="text-align: justify;">
E o homem desenha o tempo</div>
<div style="text-align: justify;">
na exatidão do sonho.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Amílcar de Castro</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
henrihqhttp://www.blogger.com/profile/01766380046810705812noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4344666965463057003.post-27377698408112223712010-06-01T01:24:00.011-03:002010-06-25T03:02:51.871-03:00Twitter: O Novo Pensamento<div style="text-align: justify;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimk3bYiQcqiEcNTX0i8ded6rM8KD7l8EqFH6tAsEhyphenhyphenwT7IyHk3RL9Mv6NDsc_nw3iJo5ncRE9GOYY7rQn9PY-t_zB2FmsJUhT248hM3YN3ftviS8QDhh9yKe9DofiYcwfzfF6JPEkpp70/s1600/twitter_logo.png"><img style="display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center; cursor: pointer; width: 320px; height: 118px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimk3bYiQcqiEcNTX0i8ded6rM8KD7l8EqFH6tAsEhyphenhyphenwT7IyHk3RL9Mv6NDsc_nw3iJo5ncRE9GOYY7rQn9PY-t_zB2FmsJUhT248hM3YN3ftviS8QDhh9yKe9DofiYcwfzfF6JPEkpp70/s320/twitter_logo.png" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5477688005458723266" border="0" /></a><br /><br />Ando preocupado... (Você já reparou que ninguém se preocupa demais deitado ou sentado, e parado?) ...com o prestígio do Twitter. Andam dizendo por aí (Fofoca também não é algo fácil de espalhar, dá trabalho, é quase uma profissão) que só existe futilidade no Twitter, a começar pelos políticos... Como assim?! Político só faz m#@%* mesmo, não importa que ferramenta use. Portanto, vim aqui para defender este novíssimo divulgador do Alto Pensamento Brasileiro, APB (Tudo de importante na nossa vida precisa de uma sigla, já reparou? Sua altura é medida em <i>cm, </i>seu peso em <i>kg, </i>sua inteligência pelo <i>QI, </i>se você é alguém nesta vida é graças ao seu <i>RG, </i>ao seu CPF e ao seu<i> </i>número do <i>PIS. </i>Ah, claro, na falta de todos estes documentos, serve o número do seu cartão de crédito, como não!).<br /></div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal">Você sabia que até Deus tem Twitter? Pois é! @OCriador é um dos maiores fenômenos do Twitter - e também da Internet, já que o seu <span style="color: rgb(51, 102, 255);"><a href="http://sacdivino.org/">http://sacdivino.org/</a></span>, que nada mais é que o Serviço de Atendimento ao Consumidor do próprio Criador, também tem milhares de seguidores, digo, admiradores, digo, todos os interessados em se salvar, vai! Ali você pode tirar sua dúvidas com o Divino, fazer reclamações, dar sugestões. É um canal direto com o céu, via teclado. Mas tem também aquele que espalha "mau humor" pra todo lado, como o @bomdiaporque, ou o @fumantepassivo, além dos gênios incontestáveis como @millorfernandes e até poetas, @profissaopoeta, que usam esta bela ferramenta para exercitar sua loucura mansa, como Diego Domingos. Bom, chega de falar dos caras e vamos ao seu "pensamento vivo":<br /><br />De <a href="http://twitter.com/OCriador">@OCriador</a>:</p><br /><div style="text-align: left;"><span style="font-style: italic; color: rgb(51, 51, 255);" class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">A crise religiosa está tão grande que em breve será mais difícil encontrar um pró-cristo do que um anti-cristo.</span></span></span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(0, 0, 0);" class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">Micaretas, povoando o inferno desde 1990.</span></span></span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(51, 51, 255);" class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">Após o milagre, Jesus se aborreceu bastante quando reclamaram que o vinho estava aguado.</span></span></span><br /><span style="font-style: italic;" class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">Filhos, quando morrerem, passem aqui no setor de criação para fazermos um recall dos sisos, das amígdalas e do apêndice.</span></span></span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(51, 51, 255);" class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">Não adianta perguntar “o que Jesus faria?” diante de problemas. Já que ele podia fazer milagres para resolvê-los. E você não.</span></span></span><br /><span style="font-style: italic;" class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">A frase “encontrei Jesus” foi dita pela primeira vez por uma criança em Nazaré, durante uma brincadeira de pique-esconde.</span></span></span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(51, 51, 255);" class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">Há basicamente dois tipos de seres humanos: os que Me amam e os que vão queimar no fogo do inferno por toda a eternidade.</span></span></span><br /><span style="font-style: italic;" class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">Vende-se bola azul, 6 bi de anos de uso, milhões de espécies incluídas. Grátis um apocalipse. Garantia estendida até 2012.</span></span></span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(51, 51, 255);" class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">Minha justiça divina não permitiria que apenas as mulheres sofressem os martírios da menstruação, por isso criei a TPM.</span></span></span><br /></div><br /><span class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">De <a href="http://twitter.com/bomdiaporque">@bomdiaporque</a>:</span></span></span><br /><br /><span style="font-style: italic;" class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">"Eu tenho o direito de ser feliz." De onde você tirou isso? No máximo, você tem o direito a 30 dias de férias.</span></span></span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(51, 51, 255);" class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">Não fico irritado facilmente. O problema é que o mundo insiste, insiste, insiste e uma hora consegue.</span></span></span><br /><span style="font-style: italic;" class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">Afinal, por que uma moda só fica ridícula depois que passa?</span></span></span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(51, 51, 255);" class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">"Ana Maria Braga publica livro". E você achando que o maior inimigo dos livros eram os leitores eletrônicos.</span></span></span><br /><span style="font-style: italic;" class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">Não tem como piorar? Que nada. Você é que anda sem imaginação.</span></span></span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(51, 51, 255);" class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">O maior problema de ser casado é que o despertador do outro também acorda você.</span></span></span><br /><span style="font-style: italic;" class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">Se a matemática é uma ciência exata, como a resposta para uma equação pode ser “de menos infinito a mais infinito”?</span></span></span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(51, 51, 255);" class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">Se você tb cumprimenta os outros pergutando se está tudo bem, então deveria estar pronto para ouvir a verdade.</span></span></span><br /><span style="font-style: italic;" class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">“O tempo cura qualquer coisa”. Qualquer coisa, menos a velhice.</span></span></span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(51, 51, 255);" class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">“Podia ser pior”. Na verdade, vai ser.</span></span></span><br /><span style="font-style: italic;" class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">Toda diplomacia, no fundo, é uma ameaça: ou vc aceita o q eu tô sugerindo educadamente ou eu vou te encher de porrada depois.</span></span></span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(51, 51, 255);" class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">Tô ansioso pelo último episódio de Lost. Não que eu queira ver - eu quero mesmo é que acabe essa porcaria.</span></span></span><br /><span style="font-style: italic;" class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">"É tão difícil acordar neste friozinho." Não, não. Difícil é aturar o cretino falando isso todo santo dia.</span></span></span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(51, 51, 255);" class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">E essa Copa que não acaba?</span></span></span><br /><br /><span class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">De <a href="http://twitter.com/fumantepassivo">@fumantepassivo</a>:</span></span></span><br /><br /><span style="font-style: italic;" class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">Respeite os fumantes. Quem é capaz de cometer suicídio lentamente é capaz de cometer qualquer outra loucura.</span></span></span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(51, 51, 255);" class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">A segunda-feira não é para os fracos. Saudações a todos os sobreviventes.</span></span></span><br /><span style="font-style: italic;" class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">O mundo realmente dá voltas. Roda, roda e sempre traz mais uma maldita segunda-feira.</span></span></span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(51, 51, 255);" class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">Segunda-feira até quem não bebe acorda de ressaca.</span></span></span><br /><span style="font-style: italic;" class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">O único problema do final de semana começar é saber que inevitavelmente ele vai terminar numa segunda-feira.</span></span></span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(51, 51, 255);" class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">As 3 primeiras letras da sexta-feira já são suficientemente sugestivas pra quem reclama não ter o que fazer nesse dia.</span></span></span><br /><span style="font-style: italic;" class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">Segunda até sexta: 5 dias. Sexta até segunda: 2 dias. Pra inverter a situação q o mundo se encontra, só invertendo isso.</span></span></span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(51, 51, 255);" class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">Prometa uma coisa pra você mesmo: nunca prometa nada pra alguém.</span></span></span><br /><span style="font-style: italic;" class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">Na Indonésia tem um menino de 2 anos que fuma 40 cigarros por dia. Imagina se fosse na Jamaica.</span></span></span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(51, 51, 255);" class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">Enquete: quanto tempo mais você acha que Geisy Arruda vai resistir até necessitar protagonizar um filme pornô?</span></span></span><br /><span style="font-style: italic;" class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">Liberdade é a maior ambição de quem vive na prisão. Não à toa quem trabalha sempre comemora muito o fim do expediente.</span></span></span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(51, 51, 255);" class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">“NX Zero”, “Fiuk”, Luan Santana. Ano vai, ano vem e o maior problema dos jovens continua sendo o envolvimento com drogas.</span></span></span><br /><span style="font-style: italic;" class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">O Twitter terá corretor ortográfico. Em outras palavras: Lula, Carla Perez e Sasha vão poder se cadastrar.</span></span></span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(51, 51, 255);" class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">Um grande passo pra humanidade acabar com a injustiça nesse mundo seria acabar com a segunda-feira.</span></span></span><br /><span style="font-style: italic;" class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">O fim do domingo não preocupa. O que aterroriza é a proximidade de mais uma segunda-feira.</span></span></span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(51, 51, 255);" class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">Certos crimes chegam a ser ridículos perto do que uma semana de trabalho é capaz de fazer com a gente.</span></span></span><br /><span style="font-style: italic;" class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">É claro que o Novo Uno ficou melhor. Pior, não podia ficar.</span></span></span><br /><br /><span class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">De <a href="http://twitter.com/profissaopoeta">@profissaopoeta</a>:</span></span></span><br /><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(51, 51, 255);" class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">Ninguém é tão bom que não mereça um biógrafo.</span></span></span><br /><span style="font-style: italic;" class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">Verdade absoluta? O que há de verdade no absolutismo?</span></span></span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(51, 51, 255);" class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">Os únicos que passam da infância direto para a idade adulta são os adolescentes.</span></span></span><br /><span style="font-style: italic;" class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">-E agora, José? -Tchuim tchuim tchum claim.</span></span></span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(51, 51, 255);" class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">Sexo, pra mim, não é o mais importante. O mais importante é consegui-lo.</span></span></span><br /><span style="font-style: italic;" class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">No Brasil o futebol só pára pra Copa do Mundo.</span></span></span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(51, 51, 255);" class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">Faça um favor para a Humanidade: se atire na cratera de um vulcão em erupção. Quer dizer: faça este favor a si mesmo. Ninguém tá nem aí. (Ao estilo de @bomdiaporque)</span></span></span><br /><span style="font-style: italic;" class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">Se eu fosse você, não seria eu.</span></span></span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(51, 51, 255);" class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">Em pleno século XXI, existir realezas com reis, rainhas, príncipes e princesas é algo irreal, quase surreal.</span></span></span><br /><span style="font-style: italic;" class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">A beleza está nos olhos de quem me vê.</span></span></span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(51, 51, 255);" class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">No fundo, no fundo, as pessoas são muito superficiais.</span></span></span><br /><span style="font-style: italic;" class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">Eu não acredito em artistas que conseguem fazer a sua arte, e explicá-la.</span></span></span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(51, 51, 255);" class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">Foi o que eu disse. Ou pensei. Não sei.</span></span></span><br /><span style="font-style: italic;" class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">"Pensando bem" eu gosto de escrever. "Se bem que" também. "Na ponta do cérebro" em vez de "Na ponta da língua". "Em algum lugar" acho bonito</span></span></span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(51, 51, 255);" class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">Não vai dar tempo de morrer com dignidade. O melhor a fazer é morrer rápido evitando assim aquele constrangimento entre quem vai e quem fica</span></span></span><br /><span style="font-style: italic;" class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">Em certas ocasiões eu prefiro um bom livro ou um bom filme a sexo. Depois de uma noite de sexo selvagem, por exemplo.</span></span></span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(51, 51, 255);" class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">Em breve postarei o meu suicídio. Não o meu suicídio autoral, nem físico nem moral. Um outro suicídio em que não faria mal nem a mim mesmo.</span></span></span><br /><span style="font-style: italic;" class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">Por que ficar dizendo coisas sem sentido se posso tentar descobrir o porquê de ficar dizendo coisas sem sentido?</span></span></span><br /><br /><span class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">Taí uma amostra do pensamento nacional via Twitter. Depois disto não me venham dizer que o Twitter só tem besteira. É um <span style="font-style: italic;">bestiário, </span>e você precisa saber a diferença.</span></span></span>henrihqhttp://www.blogger.com/profile/01766380046810705812noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4344666965463057003.post-20449248076744040942010-04-14T02:01:00.004-03:002020-07-31T11:06:34.185-03:00HISTÓRIAS DE AMOR COMIGO<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span">As minhas primeiras namoradas foram três ao mesmo tempo, quando eu tinha seis anos. E elas eram mais ou menos da minha idade, com diferença talvez de uns dois anos, para a mais velha. E o que nos ligava era ao mesmo tempo o que devia nos separar, a tensão de eu ser um para três e não eleger uma predileta. E este ciúme entre elas de mim criava também uma expectativa para ver, no final, com qual das três eu ficaria. Decisão esta que eu não queria tomar, e que não tomei até hoje. Eu gostava das três ao seu tempo. Minto. Gostava mais da Sueli, por que, eu não sei. Ela era a mais bonita? Era muito branca e muito magra. Mas tinha algo mais. Tinha uma alma feminina, no corpo de uma criança, que precisava já, naquele tempo, ser amada como uma mulher por um homem. A segunda na minha preferência era a Léia. Esta já me apontava para a vida prática - casamento, filhos, trabalho. Seria a mulher com quem eu conversaria ao jantar todas as noites sobre como a vida flui naturalmente. E riríamos de nós, e riríamos dos outros e seríamos felizes naturalmente. E a terceira nesta ordem seria a Preta. Com a Preta acho que não teria pouso neste mundo, não teria endereço fixo, seríamos andarilhos, aventureiros, carregaríamos nosso único filho como as mães-cangurus carregam os seus. Seríamos </span><i style="font-size: 12pt;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">hippies, </span></i><span class="Apple-style-span">talvez, usaríamos cabelos longos e tatuagens e o som de nossas vidas seria o rock. Não, a Preta era bonita e talvez eu a tivesse matado por ciúmes pouco tempo depois de me decidir por ficar com ela. A paisagem destes amores era rural, e brincávamos de casinha, marido-e-mulher, e a parede de nossa casa eram bambus, e lembro vagamente que, na hora da distribuição dos papéis, sempre que uma delas se autonomeava minha mulher, as outras se recusavam a fazer os papéis de filha ou qualquer outro e saíam da brincadeira e era quando papai-e-mamãe ficavam à vontade pra namorar nos mais inocentes beijos e abraços que a lembrança de um homem maduro pode trazer do seu passado azul-bebê.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="line-height: 115%;"><span><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;"> </span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">E o que teria acontecido aos meus três primeiros amores ao mesmo tempo? Teriam se casado, tiveram filhos e já caminham para ser avós? Nada disto. Elas estão bem aqui, na minha frente, na sua frente, e não envelheceram um único ano, têm ambas as três ainda seis, sete e oito anos e me amam do fundo do coração sem se decidir em deixar o caminho livre pras outras nem eu a me decidir por ficar, de vez, com uma das três. Por amá-las demais cada uma de um jeito e sentindo-me amado triplamente.</span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="line-height: 115%;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;"><br /></span></span></p>henrihqhttp://www.blogger.com/profile/01766380046810705812noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4344666965463057003.post-53788005851449954832010-04-07T01:09:00.002-03:002020-07-31T18:04:44.059-03:00UMA COISA EXTRAORDINÁRIA E TERRÍVEL<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
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<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span class="apple-style-span"><span style="color: #555555; line-height: 115%;"><o:p><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;"> </span></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span class="apple-style-span"><span style="color: #555555; line-height: 115%;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;"> </span><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">O ato de escrever tem em si um pouco da idéia ou sentimento de como a vida começou, o início, a origem. Tanto a versão bíblica quanto a da ciência determinam um ponto de partida – no início era a escuridão ou era o caos. Escrever então não começa na primeira letra aí em cima, no início do parágrafo, arrastando a primeira palavra e com ela as outras. Também no ato de escrever há um momento antes da luz ou de uma explosão. E é este estado anterior ao gesto que faz toda a diferença. <o:p></o:p></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span class="apple-style-span"><span style="color: #555555; line-height: 115%;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">Se eu estava pensando, após ficar dois dias reclusos em casa, e ao sair, como é bom reconhecer a minha cidade, meus conhecidos, como é bom reconhecer o casario e ser reconhecido por ele, - se eu pensava assim antes de sentar para escrever e se eu pensei agora que </span><i><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">sentar para escrever </span></i><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">é um lugar-comum, para logo responder a mim mesmo que ninguém escreve em pé, mas por que não? Talvez sim. Talvez eu escreva para assentar as idéias, mas aí seria um jogo de idéias ou de palavras. E seria verdade também que neste momento eu já estaria escrevendo sem ao menos me dar conta disso – como quando a gente nasce, alguém se dá conta? Poxa, uma imagem mais bonita ainda: e se a gente se desse conta no exato momento em que fôssemos fecundados? Quando ainda não tivéssemos dois braços ou duas pernas mas tão-somente duas células?</span><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;"> </span><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">Este seria realmente o nosso marco inicial? E se, como idéias, teoria ou sonho, já existíssemos na cabeça e no coração de nossa mãe? Você está entendendo aonde eu quero chegar? Onde começamos. No ato de escrever. Que também, como nós, tem um começo indeterminado mas que precisa ser continuado. <o:p></o:p></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span class="apple-style-span"><span style="color: #555555; line-height: 115%;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">Machado de Assis um dia escreveu que o pior que pode nos acontecer é nascer. Millôr Fernandes também já escreveu este dístico filosófico: Quem começa, já fez. Fernando Sabino também já disse que </span><i><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">escrever é fácil: é só olhar fixamente para a página em branco até suar sangue. </span></i><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">Então, meu amigo, se for escrever, não pegue o assunto do momento, não escolha várias pautas, não fale sobre o que você domina nem sobre o que domina você (sobretudo não faça jogo de palavras nem ponha as palavras em jogo, ou em jugo, nem tampouco salpique seu texto com parêntesis explicativos num dos quais você pode correr o risco de, se estendendo, ficar pensando que escreve a palavra </span><i><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">tampouco </span></i><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">lendo-a como </span><i><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">tãopouco</span></i><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">) e jamais, ao fechar um parêntese, deixe aquela idéia anterior a ele órfã. <o:p></o:p></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span class="apple-style-span"><span style="color: #555555; line-height: 115%;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">Órfã é só uma palavra mas repare que nela o </span><b><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">erre</span></b><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">, o </span><b><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">efe</span></b><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;"> e o </span><b><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">a</span></b><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;"> estão de mãos dadas e é o </span><b><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">ó</span></b><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">, menino de topete, o órfão que quer entrar para esta família, em que a mãe </span><b><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">r </span></b><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">seria Rosa, o pai </span><b><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">f</span></b><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">, Fernando, e a menina </span><b><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">ã </span></b><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">Aninha. Repare então na palavra </span><b><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">órfão</span></b><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">. O menino, Otavinho, já foi aceito na família que o adotou, e agora é o seu irmãozinho, também </span><b><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">ó</span></b><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">rfão, que quer entrar pra família. Será que este outro menino também fará parte desta boa família? <o:p></o:p></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span class="apple-style-span"><span style="color: #555555; line-height: 115%;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">E é aqui que eu deixo você: o que é, exatamente, quem escreve? Se ele é o autor, o criador, é ele quem dá vida a personagens, a idéias que parecem ter nascido da sua cabeça, isto sim, pois você concorda com tudo, ou antes, ele fez você pensar junto com ele, ou pior, tirou os pensamentos, a fórceps, do seu espírito. Mas e se ele não for nada disso? E se ele titubear como você, e se ele consultar dicionários e o Google, se ele não usar uma palavra correta só porque a acha feia? E se ele sentir fome enquanto escreve, ou sede, medo ou solidão? E se ele de repente se pergunta para quem está escrevendo? E se ele souber exatamente pra quem, pra você? Que coisa extraordinária, ou terrível.<o:p></o:p></span></span></span></div>
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<span class="apple-style-span"><span style="color: #555555; line-height: 115%;"><o:p><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;"> </span></o:p></span></span></div>
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henrihqhttp://www.blogger.com/profile/01766380046810705812noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4344666965463057003.post-20074777776474900732010-03-27T03:12:00.001-03:002020-07-31T18:18:27.230-03:00Por que "Profissão: Poeta"?<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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Você, alguma vez na vida, ouviu falar de uma Escola Técnica Para Poetas ou de um curso universitário como Engenharia de Versos? Acho que só em sonho, né. Pois bem. Mas que os tais existem, existem, e cá estou eu para prová-lo. Bom, prová-lo não. Como poetas não se formam, nascem prontos, devo dizer que não nasci poeta mas me descobri como tal. E ser poeta não é só escrever poemas, é mais que isto. Ser poeta é ter uma visão diferente das coisas, é ter a atitude de parar para ver. Ficar admirando uma folha caindo da árvore, uma formiga trabalhando, uma garota de <i>jeans</i>, uma palavra, uma idéia, um sonho, uma sombra, nada e tudo. Ser poeta é andar sozinho e observar de fora, mas é também seguir a turba e tirar as impressões. E, convenhamos, isto não chega a ser uma profissão. Mas trabalhar com palavras, sim, lidar com os sentidos do leitor na busca do sentido no poema. Escrever, reescrever, cortar, compor, alinhavar - isto é um trabalho como outro qualquer, que exige parte intelectual e manual também. Todavia, este é um reconhecimento que não recai sobre todos os poetas. Devo repetir aqui aquela velha máxima de que poesia não dá dinheiro, de que ninguém vive de poesia? Na verdade, ninguém vive <i>sem </i>poesia, isto sim. Ninguém vive sem o sonho, sem o descanso da realidade, e isto é a poesia que proporciona, esteja ela em livro, filme, música, teatro, no amor ou em outro meio. Portanto a poesia é necessária, além de ser um direito do ser humano. Então sonhemos com o dia em que possamos responder à pergunta Qual a sua profissão?, envoltos num sorriso de vitória, uma direta e simples resposta : Poeta.</div>
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henrihqhttp://www.blogger.com/profile/01766380046810705812noreply@blogger.com0